Tempestade emocional

Acho que nunca me senti tão cansada como estou me sentindo agora. Fisica, mas principalmente emocionalmente. Parece que toda a minha vontade de mudar minha vida, de correr atrás dos meus sonhos e de "me libertar" tá pesando dentro de mim porque não consegue sair; é reprimida por limitações que me são impostas. Esse não é o meu lugar, essa não é a vida que eu quero, e eu sei que eu consigo muito mais. 

Eu preciso de alguém que me entenda pelo menos um pouquinho e saia por aí comigo botando em prática minhas "ideias loucas". Alguém que enxergue as coisas do mesmo modo como eu as enxergo, que consiga expressar seus sentimentos através da escrita, da música e até mesmo da fotografia. Alguém que goste de fazer coisas que o faça sentir vivo, que o faça sentir que ele pode fazer uma diferença no mundo, mesmo que pequena, e que deixe cada vez mais claro em sua cabeça como o lugar em que nós vivemos pode ser bonito e divertido, basta saber aproveitá-lo.

Sair pela rua distribuindo flores ou elogios, fotografar momentos espontâneos, sentar para ouvir as histórias de um senhor que tem tanto a dizer, mas poucos a quem contar. Todo esse vazio dentro de mim seria preenchido por experiências únicas, inesquecíveis, e eu seria, finalmente, alguém realmente feliz. Eu não diria "completa", pois sempre sobraria algum espaço para as mais lindas lembranças se hospedarem.  

–  Ora, ora... você é mesmo uma criaturinha adorável... mas tem espinhos! - disse o moço.
–  Até mesmo as mais bonitas rosas têm seus espinhos, não é mesmo? - revidei. 
–  Mas... há algo em você que não consigo desvendar!
–  Prefiro que algumas coisas permaneçam escondidas dentro de mim.
–  Você foi muito machucada. É isso, não é? Você gosta de parecer segura, indestrutível, com as respostas na ponta da língua, mas... e o seu coração? Merece ser trancado de tal forma?


E esta foi a primeira vez que alguém conseguiu me deixar sem respostas.

Para mim, a seriedade de um relacionamento vai muito além de uma aliança no dedo ou de um papel oficializando o matrimônio. Hoje em dia, parece que tudo isso perdeu o verdadeiro sentido. Para mim, o que realmente importa é o modo como os cônjuges tratam-se, no quanto se conhecem, no respeito que um tem pelo outro, na inclusão de cada um nos seus planos e decisões. Vai muito além de beijos, abraços e um "eu te amo" de vez em quando.

Devaneios

Não posso dizer que minha força está na solidão. Nunca esteve. Eu preciso de pessoas comigo. Preciso sentir que existe alguém que se importa. Alguém que me abrace quando estou triste, ria comigo quando estou feliz e que saiba o momento certo de me deixar um pouco sozinha. Eu me pergunto se essa pessoa realmente existe. Às vezes, acabo passando tanto tempo dentro do meu próprio mundinho que acaba sendo difícil distinguir o sonho da realidade. Idealizando, criando pessoas e expectativas.


Gosto desse tempo que é só meu, sem ninguém por perto para presenciar e julgar meus devaneios. Porém, depois de algumas horas, esse tempo torna-se torturante. Percebo o quão minha vida é sem graça, quantas pessoas e oportunidades perdi. Todos parecem tão felizes! Pergunto-me o que eles pensam quando estão sozinhos. Para mim, é extremamente difícil controlar os pensamentos de autodepreciação, de falta de sentido, dos choques com a realidade. 


Até hoje não sei se o problema sou eu ou as pessoas. 
Se elas se contentam com muito pouco ou se sou eu quem está querendo demais.